sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dossiê do sal

Usado para realçar o sabor das refeições e conservar produtos alimentícios, o sal se encontra hoje no banco dos réus. A acusação? Levar a pressão arterial às alturas e, assim, abrir caminho para uma série de complicações, como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal, doenças cardiovasculares, entre outras. Ainda que as evidências estejam contra o condimento, condená-lo prontamente pode ser uma grande injustiça.

Loucos por sal

De acordo com Camila Torreglosa, nutricionista do Setor de Promoção à Saúde do HCor – Hospital Coração, de São Paulo (SP),
o sal não deve ser abolido pois se trata da principal fonte de cloreto de sódio (mistura de cloro e sódio), um composto que consumido moderadamente não faz tanto mal assim.  “O sódio é um mineral importante, responsável pelo equilíbrio hídrico do corpo. Além disso, ele participa de impulsos nervosos, contração muscular e transporte de moléculas entre nossas células”, afirma.
Para a profissional, o verdadeiro vilão é nosso paladar viciado na explosão de sabores criada com a evolução da indústria alimentícia, tornando-nos insensíveis ao gosto real dos alimentos fresquinhos.
Só para se ter uma ideia da encrenca, a nutricionista Rachel Zoccarato, da clínica Andrezza Botelho Nutrição Inteligente, da capital paulista, lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que a ingestão diária de sódio deve ser de 2 gramas, o que equivale à 5 gramas de sal de cozinha ou 5 colheres rasas de café. Mas nós, brasileiros, consumimos nada menos do que 12 gramas todo santo dia!

Como se controlar

De acordo com um estudo divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro de 2010 a quantidade de sódio encontrada em apenas uma porção de macarrão instantâneo com tempero é maior do que a recomendada para o consumo diário. Salgadinhos de milho e batata palha também entraram na lista de itens lotados com o mineral. Portanto, o primeiro passo para reduzir o consumo de sal é ficar de olho no rótulo dos alimentos antes de levá-los para casa.
 “É importante cozinhar os alimentos com pouco sal e preferir ervas naturais como temperos, como orégano, manjericão, alecrim, salsinha e cebolinha. Alho, cebola e limão também costumam deixar as preparações saborosas”, diz.

Versões diferentes


REFINADO - Em 1g há 400mg de sódio.
GROSSO - Em 1g de sal grosso há 400mg de sódio.
ROSA DO HIMALAIA - Em 1g de sal Rosa do Himalaia há 230mg de sódio.
NEGRO - Em 1g de sal negro há 380mg de sódio.
HAVAIANO - Em 1g de sal Havaiano há 390mg de sódio.
MARINHO - Em 1g de sal marinho há 420mg de sódio.
DEFUMADO - Em 1g de sal defumado há 395mg de sódio.
ROSA DO PERU - Em 1g de sal Rosa do Peru há 250mg de sódio.
FLOR DE SAL - Em 1g de Flor de Sal há 450mg de sódio.

IMPORTANTE - SAL LIGHT

Comparado ao sal comum, tem menor teor de sódio. É composto por 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. Ao contrário do que o nome sugere o condimento
não é indicado para quem deseja emagrecer, e sim àqueles que têm restrição em relação ao consumo de sódio (como indivíduos com pressão alta).
Por outro lado, deve-se lembrar de que ele não é uma boa pedida para pessoas com problemas nos rins, já que o aumento da ingestão de potássio pode causar um acúmulo do mineral no organismo, elevando o risco de complicações cardiovasculares. De gosto mais amargo, pode ser utilizado da mesma forma que o sal comum. E atenção: apesar de ter menos sódio, não vale exagerar nas pitadas. Em 1g de sal light há 197mg de sódio.
Fontes: Daiana de Souza e Signorá Konrad, professoras do curso de Engenharia de Alimentos da Unisinos (São Leopoldo, RS); Mariana Ávila Maronna, coordenadora de gastronomia do Centro Universitário Senac (Águas de São Pedro,SP); Rachel Zoccarato, nutricionista da clínica Andrezza Botelho Nutrição Inteligente (São Paulo, SP) e Camila Torreglosa, nutricionista do Setor de Promoção à Saúde do HCor-Hospital do Coração (São Paulo, SP).
http://saude.ig.com.br/alimentacao/dossie+do+sal/n1237998795957.html

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