1. Moderadores de apetite
Sim. Mas esse tipo de medicamento precisa ser receitado por um médico competente e jamais deve ser tomado por iniciativa própria. O Brasil é recordista mundial no consumo de remédios para emagrecer. Um dos tipos mais antigos, as anfetaminas, são substâncias que agem no sistema nervoso central, inibindo o centro da fome e aumentando o gasto calórico. Podem ter sérios efeitos colaterais, como agitação, insônia, agressividade e até desencadeamento de quadros depressivos ou psicóticos. Hoje, muitos remédios usados para diminuir o apetite não são anfetaminas, e sim substâncias que compartilham com a anfetamina apenas o radical fenetilamina, responsável pelo efeito anorético. Nem todo mundo pode usar moderador de apetite: pacientes com ansiedade, depressão, hipertensão e doenças cardíacas, por exemplo, não devem usar.
2. Alcachofra
Não. Não existe nenhuma prova da sua eficiência como emagrecedor. Ao começar a consumir esse alimento, algumas pessoas dizem experimentar uma certa saciedade extra, mas esse efeito desaparece com o passar do tempo. A alcachofra deve estar presente na alimentação por ser uma hortaliça pouco calórica, mas é preciso não comê-la em molhos gordurosos. Cozida em água e sal e em molho de cebola ralada, limão ou vinagre, água, sal e azeite, não é engordativa.
3. Corrida
Sim. A corrida é uma das melhores atividades físicas para gerar a perda e a manutenção da perda de peso, pois tem gasto calórico elevado. Associada à reeducação alimentar, constitui um método eficiente para emagrecer. De modo geral, o exercício físico induz a adaptações metabólicas, aumentando o gasto energético diário e minimizando a diminuição do metabolismo de repouso ocasionado pela perda de peso. A combinação de restrição calórica e treinamento físico é excelente para o tratamento da obesidade. Mas a corrida só deve ser feita por pessoas que não tenham problemas clínicos que representem risco de complicações com a prática como, por exemplo, pessoas com problemas cardíacos ou com diferença significativa entre o tamanho das duas pernas.
4. Pilates
Não. O pilates não foi testado cientificamente. Alguns praticantes tornam-se motivados a perder peso, mas o gasto calórico desse tipo de exercício é relativamente baixo. O efeito emagrecedor pode ser obtido a partir da combinação com a mudança de alguns hábitos alimentares.
5. Café
Não. A cafeína tem efeito termogênico (aumenta o metabolismo), mas esse efeito é muito discreto. Pode ser obtido na dose de até quatro xícaras pequenas de café por dia, somente se a bebida for consumida sem açúcar. Em contrapartida, o excesso de cafeína pode causar ansiedade, que pode levar a comer mais.
6. Chá verde
Não. Pesquisas comprovaram o efeito termogênico (acelerador do metabolismo) do consumo do chá verde, mas tal efeito é muito pequeno quando comparado ao obtido pela prática de atividade física, por exemplo. Para emagrecer bebendo chá verde, é necessário ingerir aproximadamente um litro por dia, sem açúcar nem adoçante, em temperatura morna e preparado logo antes da ingestão. Sucos com chá verde e chá verde industrializado não são emagrecedores.
7. Comida integral
Não. Alimentos integrais são saudáveis, ricos em fibras e em vitaminas. Mas, se consumidos em grande quantidade, levam ao ganho de peso. Por outro lado, se consumidos com moderação, em substituição aos alimentos refinados, podem aumentar a sensação de saciedade, ajudando no controle do peso. Ou seja, quem come integrais em quantidades exageradas não vai emagrecer. O importante é consumir esses alimentos mais saudáveis em quantidades moderadas.
8. Sopas
Não. O uso de sopas em dietas tem um lado positivo e um negativo. Geralmente as sopas são feitas com verduras e legumes, pouco calóricos, que substituem refeições calóricas. Por outro lado, quando não mastigamos, nossa sensação de saciedade é menor e há o risco de não resistir à fome e comer alimentos que engordam. Além disso, há uma tendência ao uso de sopas industrializadas, que podem ser menos nutritivas e ter muitas calorias. Sopas devem ser consumidas ocasionalmente.
9. Reeducação alimentar
Sim. É a melhor solução para quem quer emagrecer e manter-se magro. Com ela, aprende-se a reduzir alimentos que prejudicam a saúde e o peso e a comer alimentos considerados deliciosos em quantidades moderadas e com prazer. Assim, dá para emagrecer gradativamente, sem sofrimento e respeitando os hábitos alimentares de cada um. Perder peso e conseguir manter-se nesse novo peso deve ser encarado como uma tarefa para ser cumprida em longo prazo.
10. Sauna
Não. Quem faz sauna fica exposto a altas temperaturas, o que aumenta a transpiração e gera perda líquida. Ao sair da sauna e subir numa balança, pode-se observar um peso inferior, mas essa diferença é rapidamente recuperada assim que a pessoa ingere os líquidos que seu organismo pede nas horas seguintes. A sauna não elimina gorduras e algumas pessoas têm queda de pressão ou tontura quando fazem sessões.
11. Drenagem Linfática
Não. Essa massagem corporal drena os líquidos do corpo, direcionando-os ao sistema linfático para que sejam eliminados na urina. Ajuda pessoas com tendência a retenção hídrica a diminuir o peso líquido, mas não elimina gordura.
12. Cigarro
Não. A nicotina leva a um discreto aumento da quantidade de calorias gastas ao longo do dia, mas o seu principal efeito é diminuir o paladar e a vontade de beliscar. Quem fuma costuma trocar a comida dos intervalos das refeições por cigarros e, por isso, tende a não engordar. Ao parar de fumar e passar a comer mais, as pessoas tendem a engordar. Mas não-fumantes obesos não vão emagrecer se começarem a fumar, e sim se diminuírem a compulsão de comer entre as refeições. Quem fuma para perder peso ou para manter o peso está cometendo um grande erro em relação à sua saúde. O hábito de fumar é a principal causa de mortalidade e morbidade e de aumento do risco de doenças passível de prevenção.
13. Cremes redutores de medidas
Não. Nenhum tipo de creme consegue mudar o metabolismo do organismo ou exercer qualquer efeito sobre ele. Nem mesmo o efeito localizado chega a ser muito intenso. Muitas vezes, o "resultado" é imperceptível. Alguns cremes reduzem sutilmente a gordura localizada, o que é completamente diferente de emagrecer. Nos poucos estudos clínicos em que se tentou provar que esse tipo de cosmético funciona, o resultado obtido foi igual ao do placebo.
14. Suco de limão
Não. O suco de limão é rico em vitaminas A, B e C e em sais minerais, é gostoso, natural e pode ser utilizado em diversas receitas, mas não emagrece. Pode colaborar para o emagrecimento quando, puro ou com adoçante, é utilizado como substituto de outra bebida com maior valor calórico (refrigerantes e sucos naturais ou processados, por exemplo). Se ingerido puro em grandes quantidades pode prejudicar o estômago.
15. Acupuntura na orelha
Não. Em estudos clínicos, a acupuntura mostrou-se eficaz para o emagrecimento durante, no máximo, três meses. Isso significa que o método pode gerar apenas um entusiasmo que leva à mudança de hábitos alimentares. A Sociedade Chinesa de Acupuntura reconhece, em publicação oficial, que não há comprovação do uso da técnica para tratamento de obesidade. A acupuntura não está entre as indicações médicas oficiais como tratamento para perda de peso.
16. Lipoaspiração
Não. Esse método cirúrgico faz apenas a retirada da gordura localizada. Isso não significa emagrecer nem leva a nenhum tipo de melhora na saúde de um obeso. Vale ressaltar ainda que, além de caro, o procedimento requer anestesia, costuma ser doloroso e tem recuperação lenta. Quem faz lipoaspiração e continua comendo da mesma maneira volta a ganhar peso.
17. Jejum
Não. De acordo com os especialistas, pular refeições para perder peso é uma prática errada e arriscada porque o organismo se readapta a estocar gordura a fim de tolerar esses períodos sem alimentação. Ou seja, quem faz jejum acaba acumulando mais gordura. O jejum prolongado (de ficar dias sem comer) faz a pessoa perder peso, mas prejudica a saúde e leva à perda de massa muscular. Quando volta a se alimentar, a pessoa engorda mais do que o normal, pois o organismo foi treinado para manter grandes reservas energéticas a fim de se prevenir de um novo período de jejum.
18. Comida light/diet
Não. Alimentos diet são aqueles em que alguma substância foi substituída por outra. No refrigerante diet, por exemplo, o açúcar foi substituído por adoçante. Chocolates diet podem conter mais calorias do que os normais e engordam. Alimentos light são aqueles que sofreram redução de pelo menos 25% na quantidade de calorias e/ou de algum nutriente (sódio, por exemplo) em relação a seus equivalentes normais. Iogurte desnatado é um produto light, pois seu teor de calorias é menor por não ter gorduras. Nos light, o efeito emagrecedor depende da quantidade ingerida. Dar preferência à ingestão de alimentos diet ou light não garante a redução de peso, principalmente quando se come demais.
19. Cintas modeladoras
Não. Antigas conhecidas das nossas avós, as cintas jamais emagrecem, apenas disfarçam as medidas, de acordo com os especialistas. Não queimam calorias nem têm impacto sobre gorduras localizadas.
20. Medicina ortomolecular
Não. A "dieta ortomolecular" nada mais é que uma dieta saudável. Em alguns casos, é acompanhada pela prescrição de medicamentos ortomoleculares que são formulados com anorexígenos, hormônio de tireóide ou diuréticos. O paciente também toma vitaminas e outras substâncias sem efeito emagrecedor comprovado. Para perda de peso saudável e sustentável, é necessária a reeducação alimentar com mudanças no estilo de vida. Remédios devem ser prescritos criteriosamente e o respaldo científico é fundamental.
Fontes: ALEX CARVALHO LEITE, endocrinologista do Hospital São Luiz, em São Paulo; ANITA SACHS, chefe do departamento de medicina preventiva da Universidade Federal de São Paulo; BRUNO GELEONEZE-NETO, endocrinologista da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade da Síndrome Metabólica); CLÁUDIA COZER, diretora da Abeso; FERNANDA PISCIOLARO, nutricionista pelo Centro Universitário São Camilo e especialista em distúrbios metabólicos; MÁRCIA MARTINS SILVEIRA BERNIK, doutora em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP; MARIA ANGELA ZACCARELLI MARINO, endocrinologista da Faculdade de Medicina do ABC; ZULEIKA HALPERN, endocrinologista e integrante do comitê de ética da International Association for the Study of Obesity; WALMIR COUTINHO, integrante do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
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